Pular para o conteúdo principal

Desculpas no Dia dos Namorados

Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 1 João 1:9

O Dia dos Namorados chegou seis semanas após o nosso casamento. Eu tinha expectativas sobre aquele primeiro evento. Fui à loja e tive uma ideia sobre um cartão que eu mesma poderia fazer. Desse modo, achei que o dinheiro que meu esposo gastasse num cartão para mim não pesaria tanto no orçamento.

Meu esposo queria me dar um grande ramalhete e um presente caro, mas sabia que não tínhamos tanto dinheiro e pôs o desejo de lado. Depois do expediente, ele pediu que seu amigo o deixasse perto de casa; então, pulou a cerca que margeava a rodovia. Ansiosa, porém inocentemente, subiu correndo os degraus até nosso apartamento para ver-me o quanto antes. Quando lhe dei o cartão e percebi que ele não tinha trazido um para mim, subi as paredes.

Nos anos seguintes, quando chegava o Dia dos Namorados, meu esposo me dava presentes especiais. Mas, todos os anos, ele também mencionava sua omissão naquele primeiro acontecimento. E quando contava a história a outras pessoas, sempre dizia: “E ela nunca me perdoou.” Isso me intrigava, porque eu me esquecia da história até que ele a trouxesse à tona outra vez, no ano seguinte. Parecia que havíamos trocado os papéis – ele se lembrando, e eu me esquecendo.

Num ano, o Dia dos Namorados caiu no dia em que geralmente vou ao escritório do meu marido para a reunião da equipe. Os funcionários disseram que ele lhes contara acerca do nosso primeiro Dia dos Namorados, e que acrescentara: “Ela nunca me perdoou.” Mais uma vez, foi uma surpresa, pois eu me havia esquecido de novo. Então, contei aos funcionários a minha versão: eu passei aquele dia todo em casa, enquanto ele trabalhava, e quando ele chegou sem um cartão para mim, fui insensata ao reagir de modo imaturo e cruel.

De repente, olhei para meu marido sentado ao meu lado e disse: “Acho que você não me perdoou.” Agora tudo fazia sentido. Não era ele quem precisava ser perdoado – era eu.

Pedi perdão e lhe disse que a maneira de eu saber que ele me havia perdoado era se ele nunca mais mencionasse o episódio.

Neste ano ele não tocou no assunto, e gostei muito do ursinho de pelúcia que ele me trouxe com amor.

Lana Fletcher

Postagens mais visitadas deste blog

Arrendada

A minha casa foi derrubada e tirada de mim, como se fosse uma tenda de pastor. Isaías 38:12, NVI. Eu tinha 11 anos quando ouvi, pela primeira vez, que seria “arrendada” durante o verão. “Arrendar” é uma expressão do interior para mandar crianças para fora, a fim de viverem com outras famílias. Como era tradição, uma família com muitas bocas para sustentar enviava uma criança para morar com um parente ou amigo. Esperava-se que a criança realizasse algumas tarefas em troca do sustento e não fosse um fardo para a família que a recebia. Então, agora era a minha vez. Minha irmã estava muito doente dos rins e passara por várias cirurgias, num esforço por evitar um transplante. Eu já havia começado a cuidar de bebês e estava acostumada a ficar sozinha em casa, mas meus pais não queriam que eu ficasse sozinha a noite toda, pois eles freqüentemente pernoitavam no hospital. Primeiro, fui mandada para a casa de minha avó. Ela sempre foi um redemoinho de atividade, e eu passava os dias ajuda...

coração ferido, sem sequelas