À Procura de uma de Casa
Eu estou criando novos céus e nova terra – tão maravilhosos que ninguém se lembrará da terra e do céu que existem hoje. Isaías 65:17, BV
“Acho melhor nos mudarmos para mais perto da cidade”, disse meu esposo radiologista. Morávamos a meia hora de distância da cidade, numa cabana humilde, num sítio aprazível. O trabalho de Andrew exigia que ele às vezes ficasse de plantão depois do expediente. Para ele, cada chamado representava uma hora de estrada, mais o tempo do trabalho. Meu coração se condoía por meu marido, privado de sono. Eu sempre me havia recusado a sair de nossa fazendinha com vista para as colinas e planícies abertas, onde nossas ovelhas pastavam. A cabana fora nosso primeiro lar, onde nossos filhos haviam passado a infância.
Numa noite particularmente agitada, Andrew atendia seu quinto chamado. Passara o total de uma hora na cama. Acordei assustada, sentindo que algo estava errado. Simplesmente precisava orar. Não sabia sobre o que orar, especificamente – apenas pressentia um perigo iminente. Saí da cama e olhei nossos filhos, que dormiam. Voltei para a cama, porém continuei orando. Uns 15 minutos mais tarde, Andrew chegou, visivelmente agitado. Contou que estava exausto e seus pensamentos se dispersavam enquanto ele dirigia. De alguma forma, ele ficou abruptamente alerta, justamente em tempo de frear e dar uma guinada, para evitar atingir um canguru gigante. Entendemos quão perto eu estivera de me tornar viúva e meus filhos, órfãos.
Relutantemente, concordei em sair à procura de uma residência. Inspecionamos numerosas casas, juntos. Não concordávamos a respeito de uma única sequer. “Os dormitórios são muito pequenos”, “É muito feia”, “É cara demais”, “A inclinação do terreno vai na direção errada” ou “A bancada da cozinha é cor-de-rosa.” Então Andrew sugeriu que eu procurasse sozinha e recomendasse alguma para ele inspecionar. Ainda assim não encontrei nada.
Fui empurrada à ação quando nossa casa foi vendida de modo inesperado. Entendi que não estivera genuinamente procurando uma casa. Eu estava olhando as casas dos outros e comparando-as com a minha. Nenhuma tinha as árvores que eu havia plantado, ou cordeirinhos saltitando juntos. Nenhuma delas tinha marcas que meus pimpolhos haviam feito nas paredes. Eu me apegava ao sentimental, recusando a dádiva de uma casa maior, melhor e mais nova. Sofrer por causa das formalidades e funções de uma procura de casa é inadequado – até mesmo espiritualmente. Precisamos estar preparadas para mudar de endereço.
Bridgid Kilgour