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Bater Palmas com uma Mão

Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Gálatas 6:2, NVI.

Existe um antigo provérbio acerca da compreensão, que diz assim: “Você não será sábio até ouvir o som de uma mão batendo palmas.” Sempre considerei isso uma tolice. Quero dizer, não se pode bater palmas sem as duas mãos. Pelo menos, era isso que eu pensava – até conhecer Teri.

Na adolescência, eu trabalhava meio expediente no departamento infantil de uma igreja local nas manhãs de domingo, durante o culto dos adultos. Sempre gostei de crianças, mas para mim era difícil lidar com Teri. Ela era uma menina de 5 anos, dentro da média, a não ser pelo fato de ter uma das mãos faltando. Onde deveria estar sua mão direita, havia apenas um toco do pulso. Eu tinha o cuidado de tratá-la da mesma maneira como tratava as outras crianças, com uma exceção importante – nunca olhava para onde a mão dela deveria estar.

Então aconteceu – não uma grande catástrofe, mas uma das pequenas crises das quais a vida de uma criança está cheia. Teri e outra menina discutiam sobre seus direitos de usar um disputado livrinho de colorir, quando uma terceira criança passou por ali e a cobriu de perguntas sobre o que acontecera com sua mão.

Resolvi o conflito retirando o livrinho de colorir e sugerindo que brincassem com alguma outra coisa. A seguir, as duas adversárias de Teri passaram a remexer a caixa dos brinquedos com todo o empenho, mas Teri não se consolava facilmente.

– De que você quer brincar? – perguntei.

– Quero brincar de salão de beleza – disse ela. – Posso pentear seu cabelo?

Tirei uma escova de cabelo de dentro da minha bolsa e a entreguei à menina. A esteticista que desabrochava levou a sério seu trabalho, escovando com a mão esquerda e depois alisando o cabelo com o braço direito.

– Agora você está linda – informou-me ela, com um tom de voz sofisticadamente adulto. E me entregou um espelho de boneca para que eu conferisse o resultado.
– Se você vier semana que vem, vou dar um retoque. – Depois, com a voz normal, cochichou: – Você gostou?

– Está lindo, mesmo, assim como você. – Estendi minhas duas mãos perfeitas e segurei sua mão esquerda e o braço direito a fim de puxá-la para mais perto e dar-lhe um rápido abraço.

Depois de me envolver com Teri, aprendi que é possível uma pessoa com uma mão bater palmas. Só é necessário que uma amiga empreste a outra mão.

Gina Lee

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