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FAMÍLIA- UMA RELAÇÃO QUE DÁ CERTO

A relação em família é complexa, pois cada ser humano é singular em relação a sua história, temperamento, idade, composição genética, etc.. No jogo relacional há alianças e luta pelo poder.
Nos diversos relacionamentos, as diferenças individuais quanto às percepções e necessidades emergem, pois cada pessoa forma a sua própria percepção e tem necessidades num determinado momento. Essas diferenças nas relações inter pessoais tornam-se as bases dos conflitos.

As diferenças, comumente, não são percebidas como oportunidades de enriquecimento e acabam sendo usadas de modo destrutivo. Assim, a diferença que leva a um conflito de interesse (discordância) é percebida como insulto e/ou desamor.

O casal ao interagir com os filhos influencia na construção de suas identidades, bem como transmite-lhes modelos de relacionamento que serão levados para todas as áreas de suas vidas: amizade, profissional, amor, etc..

É vital ao bom ambiente familiar que o casal possua uma forte aliança, saiba lidar com seus conflitos, colabore entre si e satisfaça necessidades mútuas. Por outro lado, é importante também que em suas funções de pais, exista apoio à autoridade de cada um dos cônjuges com relação aos filhos.

Pode-se encontrar em qualquer relacionamento permanente, seja ele conjugal, entre pais e filhos, a família como um todo, ou relacionamento da família com outros sistemas sociais, formas de conflitos submersos, não resolvidos. Esse tipo de conflito pode acarretar distância emocional, disfunção física ou psicológica, ou envolvimento em uma aventura amorosa.

Quando há questões mal resolvidas entre o casal, uma ou mais crianças se envolvem no conflito marital, com a função de distrair os pais do conflito. Essa criança fica muito próxima de um ou ambos os pais, e as fronteiras entre as gerações são rompidas. Há uma excessiva dependência mútua e a autonomia da criança e dos pais torna-se limitada.

A falta de comunicação, somada à dificuldade para resolver problemas em conjunto são fatores negativos na criação dos filhos. As divergências dos pais, veladas ou abertas, em relação à educação dos filhos, os deixam confusos e, com freqüência, as crianças usam de manipulações, jogando os pais um contra o outro.

Os conflitos tornam–se mais fáceis de serem enfrentados quando ambos os parceiros compreendem as questões e suas origens. Para tal é necessário cada um entender e aceitar os seus próprios medos, valores, expectativas e proteções e também as do parceiro. Torna-se necessário ter clareza da ligação entre o presente e o passado. A percepção desta conexão possibilita que não se fique apenas repetindo padrões relacionais antigos, ou seja, dando respostas antigas a situações novas, levando para o casamento e para a nova família uma repetição do relacionamento anterior com os seus próprios pais.

Os relacionamentos adultos transferem, quase sem alterações, as características de disputas de poder entre pais e filhos, que cada um dos parceiros anteriormente tivera. Por exemplo, na luta pelo poder, pode-se observar que a mãe, normalmente é a detentora do controle no dia-a-dia; assim, tanto as meninas quanto os meninos podem resistir a isso. Quando adultas, as mulheres podem assumir esse mesmo papel, enquanto os homens transferem resistência às suas mulheres. Nesta luta pelo poder geram-se conflitos. Uma crise séria pode ser o ponto de partida para interromper esse círculo vicioso. Mas uma estratégia duradoura é poder enfrentar os fantasmas do passado.


Fonte: Norma Emiliano é Assistente Social, Mestre em política social, especialista em Terapia de Família e Gerontologia, amiga e colaboradora do Cada Dia.

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